6 jun, 2025
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Em meio ao crescimento urbano acelerado e à verticalização das cidades brasileiras, surge uma demanda cada vez mais evidente: a necessidade de integrar a natureza aos espaços residenciais. A ausência de áreas verdes nos condomínios não é apenas uma questão estética, mas sim um fator que afeta diretamente a saúde, o bem-estar e até o valor de mercado dos imóveis. Estudos apontam que viver próximo a ambientes naturais pode reduzir níveis de estresse, melhorar a saúde mental e promover a socialização entre moradores, benefícios que vão muito além da beleza das plantas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é que cada pessoa tenha acesso a pelo menos 12 metros quadrados de área verde. No entanto, grande parte dos centros urbanos brasileiros está longe dessa realidade. Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), revelou que muitos municípios ainda carecem de infraestrutura verde adequada, o que impacta diretamente na qualidade de vida da população.

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Além dos impactos positivos para a saúde e o meio ambiente, as áreas verdes têm influência direta sobre a valorização dos imóveis. De acordo com estudos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), imóveis localizados próximos a praças, parques ou que contam com jardins internos podem ser valorizados em até 20%. Isso acontece porque os compradores associam esses espaços a uma vida mais saudável, segura e equilibrada. No mercado imobiliário, diferenciais como hortas comunitárias, jardins verticais e áreas de lazer arborizadas se tornaram elementos estratégicos para atrair novos moradores e valorizar o patrimônio dos atuais.

Condomínios que investem em paisagismo, mesmo que de forma simples, colhem benefícios tanto financeiros quanto sociais. A transformação de áreas ociosas em espaços ecológicos não requer grandes obras, mas sim planejamento e vontade coletiva. Síndicos e administradoras têm papel fundamental nesse processo, seja incentivando projetos de jardinagem participativa ou buscando parcerias com empresas especializadas em sustentabilidade urbana.

Diante de dados tão claros e benefícios amplamente comprovados, é hora de repensar a forma como vivemos e nos relacionamos com o espaço ao nosso redor. Mais do que um atrativo visual, as áreas verdes representam uma escolha estratégica que agrega valor, saúde e bem-estar ao cotidiano. Porque, no fim das contas, condomínios que cultivam natureza colhem valorização e qualidade de vida.